Estudo revela que café preto e sem açúcar faz bem para o coração e longevidade
Beber café puro, sem açúcar ou creme, está associado a menor risco de morte por doenças cardiovasculares e aumento da longevidade, segundo estudo.

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Presente no cotidiano de milhões de brasileiros e de metade da população adulta dos Estados Unidos, o café é uma das bebidas mais consumidas do mundo. Mais do que um hábito cultural ou um combustível matinal, ele também pode ser um aliado da saúde e da longevidade, especialmente quando consumido da forma mais simples: puro, sem açúcar e sem creme.
Essa é a principal conclusão de um novo estudo publicado em junho no periódico The Journal of Nutrition. A pesquisa apontou que o consumo de uma a duas xícaras diárias de café com cafeína e sem adição de açúcar ou gordura saturada está associado a um risco 14% menor de mortalidade por todas as causas, incluindo doenças cardiovasculares.
Em contrapartida, os efeitos benéficos não foram observados em consumidores que adicionam açúcar e creme em grandes quantidades à bebida.
“Os benefícios do café para a saúde podem ser atribuídos aos seus compostos bioativos, mas nossos resultados sugerem que a adição de açúcar e gordura saturada pode reduzir os benefícios na mortalidade”, explicou Fang Fang Zhang, professora da Neely Family na Friedman School e autora sênior do estudo.
A pesquisa analisou dados de nove ciclos consecutivos da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES), abrangendo os anos de 1999 a 2018. Foram considerados os hábitos alimentares de 46 mil adultos com 20 anos ou mais, que preencheram questionários de recordatório alimentar válidos em pelo menos um dia. A análise foi cruzada com dados do Índice Nacional de Óbitos, levando em conta mortes por todas as causas, câncer e doenças cardiovasculares.
O estudo mostrou que o consumo de uma xícara diária de café esteve associado a um risco 16% menor de mortalidade, enquanto o consumo de duas a três xícaras elevou esse percentual para 17%. Curiosamente, beber mais de três xícaras por dia não trouxe benefícios adicionais, e a relação entre o café e a redução do risco cardiovascular diminuiu quando o consumo excedeu esse limite.
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Além da cafeína, o café contém antioxidantes e compostos que podem exercer efeitos positivos sobre o metabolismo, a saúde do coração e a função cerebral.
No entanto, como destacou Bingjie Zhou, primeira autora do estudo, os aditivos podem comprometer esses efeitos. “Poucos estudos examinaram como os aditivos de café podem impactar a relação entre o consumo de café e o risco de mortalidade, e nosso estudo está entre os primeiros a quantificar a quantidade de adoçante e gordura saturada adicionada”, afirmou.
Os resultados também reforçam as Diretrizes Dietéticas para Americanos, que orientam a limitar o consumo de açúcar e gordura saturada na alimentação. Ainda assim, os autores reconhecem limitações, já que os dados foram autorrelatados e podem conter imprecisões. Portanto, novos estudos são necessários para confirmar os achados.