Glúten faz mal? Especialista alerta sobre os perigos de retirá-lo da dieta sem necessidade
Eliminar o glúten sem recomendação médica pode trazer riscos graves à saúde, alerta nutricionista. Entenda quando a exclusão é realmente necessária

Clique aqui e escute o artigo
Nos últimos anos, cortar o glúten da dieta se tornou quase uma moda, especialmente nas redes sociais e em programas de emagrecimento. Essa proteína, encontrada em cereais como trigo, centeio, malte e cevada, tem sido alvo de debates acalorados no universo da nutrição. Muitos associam o glúten a ganho de peso e desconfortos gastrointestinais, mas especialistas reforçam: eliminá-lo sem indicação médica pode trazer sérias consequências para a saúde.
Segundo a nutricionista Alyne Nunes, professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), integrante do Ecossistema Ânima, a exclusão total do glúten só é recomendada em casos específicos, como para quem tem doença celíaca ou intolerância confirmada. Fora disso, retirar a proteína do cardápio pode trazer riscos, como desenvolvimento de transtornos alimentares, aumento do estresse, surgimento de deficiências nutricionais e até predisposição a doenças crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares.
O que muitas pessoas não percebem é que a sensação de bem-estar relatada ao cortar o glúten pode estar ligada, na verdade, à diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados. “Não há evidências científicas de que o glúten engorde. O que ocorre é que ele está presente em produtos calóricos, consumidos em excesso e com pouco equilíbrio”, explica Alyne.
Outro ponto levantado pela especialista é que a sensibilidade não celíaca ao glúten pode surgir em diferentes momentos da vida, mas nem sempre é permanente. Já a doença celíaca é uma condição genética, que exige a exclusão definitiva da proteína para evitar sérios danos ao organismo.
Por isso, antes de adotar dietas restritivas inspiradas em tendências da internet, é essencial buscar a orientação de um nutricionista ou médico. Cortar o glúten por conta própria pode comprometer a saúde a longo prazo.
“Quando o profissional indica a retirada, é preciso substituir o glúten por alimentos variados e nutritivos, garantindo o equilíbrio e a manutenção da saúde”, ressalta Alyne Nunes.
A mensagem é clara: dietas radicais, sem acompanhamento, podem parecer soluções rápidas, mas escondem riscos silenciosos. O cuidado com o corpo começa pela informação de qualidade e pelo acompanhamento de especialistas.