Pitaya aliada a probióticos ativa resposta anti‑inflamatória no corpo, diz estudo da USP

O estudo conduzido pela USP reforça o crescente interesse da ciência por alimentos funcionais fermentados e mostra que a pitaya vermelha fermentada com probióticos pode ser uma aliada poderosa na regulação da saúde intestinal e celular

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Apesar de pouco consumida no Brasil, a pitaya vermelha começa a ganhar destaque não apenas por sua aparência exótica e sabor agradável, mas também por seu potencial terapêutico surpreendente.

Um estudo inédito realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em parceria com o Food Research Center, revelou que a fruta pode desempenhar um papel importante na saúde intestinal e celular, especialmente quando combinada com probióticos.

A pesquisa observou que, ao ser fermentada com probióticos, a polpa da pitaya vermelha foi capaz de ativar o gene ATG16L1, envolvido no processo de autofagia — um tipo de “limpeza” interna das células que remove resíduos, previne inflamações e contribui para o equilíbrio do organismo.

Nos testes laboratoriais, esse gene teve sua expressão duplicada em células de câncer de cólon cultivadas, o que aponta um potencial terapêutico promissor da fruta fermentada.

Probióticos e compostos bioativos: a combinação que faz a diferença

As cepas probióticas utilizadas no estudo foram a Lacticaseibacillus paracasei F-19 e a Bifidobacterium animalis BB-12, ambas conhecidas por melhorar a composição da microbiota intestinal e fortalecer o sistema imunológico.

Além disso, a pitaya vermelha demonstrou ser rica em dois compostos importantes: as betacianinas, que conferem a coloração intensa da fruta e possuem potente ação antioxidante, e a rutina, um flavonoide com efeitos anti-inflamatórios já conhecidos na literatura científica.

A fermentação aumentou a estabilidade das betacianinas, que permaneceram ativas por até 28 dias, ampliando ainda mais os benefícios antioxidantes da fruta.

Mais do que saúde: aplicações industriais

Outro destaque do estudo foi a descoberta de que, em contato com a cepa F-19, a pitaya passou a produzir 2-feniletanol, uma substância com ações antifúngica, antimicrobiana e aroma floral.

Esse composto possui potencial de uso nas indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia, abrindo novos caminhos para a utilização da fruta além da alimentação convencional.

Evidências crescentes

Estudos anteriores com o extrato da pitaya vermelha já haviam mostrado resultados positivos, como a redução de lesões no cólon e diminuição de marcadores inflamatórios em modelos experimentais.

Agora, com a nova abordagem envolvendo a fermentação, os pesquisadores identificaram um mecanismo inédito de controle da autofagia, o que representa um avanço significativo na compreensão do papel funcional dos alimentos na prevenção de doenças.

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