Chocolates funcionais e veganos são realmente mais saudáveis? Veja o que diz nutricionista
Novas versões de chocolate prometem cuidar da saúde com ingredientes como colágeno, cúrcuma e cogumelos. Mas será que são realmente benéficos? Especialista explica o que é mito e o que faz sentido na tendência dos chocolates funcionais.

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Com a crescente busca por produtos que unam sabor e benefícios à saúde, os chocolates estão passando por uma verdadeira revolução. Do colágeno hidrolisado aos cogumelos medicinais, passando por versões veganas e combinações exóticas com cúrcuma e pimenta, o mercado aposta em inovações para atender consumidores cada vez mais atentos ao bem-estar. Mas, diante de tantas promessas, surge a pergunta: esses chocolates realmente cumprem o que dizem?
Segundo a nutricionista Mariana Cardoso, professora do curso de Nutrição da Estácio, alguns desses produtos podem sim oferecer vantagens para a saúde, desde que os ingredientes estejam em quantidades adequadas e com boa biodisponibilidade.
“O colágeno hidrolisado, por exemplo, pode ajudar na saúde da pele e articulações se for consumido regularmente. Já os probióticos, quando viáveis e de cepas específicas, contribuem para o equilíbrio intestinal”, explica.
No entanto, Mariana alerta para o excesso de marketing em torno dos chamados “chocolates funcionais“. Muitas vezes, os termos utilizados nas embalagens servem mais para atrair o consumidor do que para informar benefícios reais. Ler os rótulos com atenção continua sendo essencial, especialmente quando se trata de produtos que alegam ser saudáveis.
E quanto aos chocolates veganos?
Apesar de não conterem ingredientes de origem animal, nem sempre eles são sinônimo de alimentação equilibrada. Muitos ainda têm alto teor de açúcar, gordura saturada e aditivos artificiais.
“É fundamental observar o tipo de gordura usada, evitando as hidrogenadas, e o percentual de cacau. Quanto maior o teor de cacau, melhor o perfil nutricional”, ressalta a nutricionista.
Outra tendência são os chocolates com ingredientes exóticos, como cúrcuma, pimenta e cogumelos com propriedades adaptógenas. Embora possam oferecer efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, o consumo deve ser feito com cautela. Pessoas com sensibilidade gástrica, por exemplo, devem evitar esses produtos.
“O ideal é sempre conversar com um profissional de saúde antes de adotar esse tipo de produto na rotina”, recomenda.
Apesar das inovações, o chocolate amargo segue como a melhor escolha para quem busca algo mais saudável. Versões com pelo menos 70% de cacau são ricas em flavonoides, compostos com ação anti-inflamatória e cardioprotetora.
Mariana enfatiza que a escolha deve considerar o menor teor de açúcar, ausência de gorduras trans e menor presença de ingredientes artificiais.
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Chocolates artesanais
Chocolates artesanais também ganham destaque, especialmente os produzidos no modelo bean-to-bar, que preservam melhor os compostos bioativos do cacau. Ainda assim, nem todo produto artesanal é automaticamente mais nutritivo. A qualidade final depende da composição e, claro, da quantidade ingerida.
No fim das contas, mesmo os chocolates mais saudáveis devem ser consumidos com moderação. Eles continuam sendo alimentos calóricos e, para que façam parte de uma dieta equilibrada, precisam ser encaixados com consciência e responsabilidade. A boa notícia é que, com a informação certa, é possível, sim, unir prazer e saúde em uma mesma mordida.