Especialista alerta para impacto dos hábitos diários no equilíbrio intestinal
Distúrbios como refluxo, constipação e intestino irritável afetam 40% da população mundial. Saiba como hábitos diários influenciam sua saúde intestinal.

Clique aqui e escute o artigo
A saúde do intestino tem ganhado cada vez mais destaque nos debates sobre bem-estar, imunidade e qualidade de vida. E não é por acaso.
De acordo com a World Gastroenterology Organization (WGO), distúrbios digestivos funcionais como refluxo gastroesofágico, constipação e a síndrome do intestino irritável afetam cerca de 40% da população mundial. Isso significa que quase metade das pessoas no mundo convive com algum tipo de desequilíbrio intestinal que pode comprometer seu dia a dia.
Segundo o gastroenterologista Ricardo Viebig, do Hospital IGESP/Grupo Trasmontano, o intestino vai muito além de sua função digestiva.
“O intestino não se limita apenas à digestão de alimentos e desempenha um papel importante na produção de enzimas e secreções que auxiliam nossas defesas contra agressões do meio ambiente, com papel importante no sistema imunológico. Um intestino desequilibrado frequentemente está associado a alterações emocionais, como ansiedade e depressão, impactando a qualidade de vida de maneira significativa”, explica o especialista.
Estômago é o nosso segundo cérebro?
Chamado por muitos de “segundo cérebro”, o sistema digestivo possui uma complexa rede de neurônios que se comunica diretamente com o sistema nervoso central. Ele abriga a microbiota intestinal, um ecossistema formado por trilhões de bactérias essenciais para a digestão, absorção de nutrientes e proteção contra agentes nocivos. Quando essa microbiota entra em desequilíbrio, os efeitos não se limitam apenas à digestão: o humor, o sono, o sistema imunológico e até o desempenho cognitivo podem ser afetados.
Entre os distúrbios mais frequentes estão o refluxo, a síndrome do intestino irritável e as doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e a colite ulcerativa. Muitos desses quadros, infelizmente, são subdiagnosticados ou tratados de forma inadequada, o que pode levar a um agravamento do problema e prejuízos mais sérios à saúde.
“É essencial procurar a orientação de um médico para monitorar a condição, evitando complicações a longo prazo, como inflamações crônicas ou deficiências nutricionais causadas pela má absorção de nutrientes“, reforça Viebig.
LEIA TAMBÉM: Comidas juninas funcionais: o que usar no lugar do açúcar, trigo e leite?
Para ele, o segredo está no acompanhamento regular e na adoção de hábitos que favoreçam o equilíbrio da microbiota intestinal.
“O equilíbrio da microbiota intestinal é importante para a manutenção de uma boa saúde digestiva. Com o acompanhamento adequado, é possível controlar essas condições e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A detecção precoce de doenças intestinais é fundamental para evitar complicações a longo prazo e melhorar a saúde do paciente como um todo”, completa.
Com o aumento dos casos e a evidência científica cada vez maior sobre a conexão entre o intestino e outros sistemas do corpo, torna-se urgente a conscientização sobre a importância de hábitos saudáveis. Dormir bem, praticar atividades físicas, reduzir o estresse, manter uma alimentação rica em fibras, frutas, vegetais e evitar o uso indiscriminado de antibióticos são medidas que podem fazer grande diferença.