“Sabor chocolate” não é chocolate de verdade: entenda a diferença e o que isso muda na sua saúde

De acordo com a Anvisa, para que um produto possa ser oficialmente chamado de chocolate, ele precisa conter pelo menos 25% de sólidos de cacau

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Você já reparou em produtos no supermercado com a expressão “sabor chocolate” na embalagem? Pode parecer detalhe, mas essa palavrinha muda tudo. Será que é chocolate mesmo? E o que isso significa para sua saúde e para o seu bolso?

Segundo a nutricionista Anete Mecenas, doutora em Bioquímica e coordenadora do curso de pós-graduação em Nutrição da Estácio, a resposta é direta:

“Sabor chocolate” não é chocolate. É apenas um produto que lembra o gosto do chocolate, mas não cumpre os critérios mínimos exigidos para levar esse nome.

O que é considerado “chocolate de verdade”?

De acordo com a Anvisa, para que um produto possa ser oficialmente chamado de chocolate, ele precisa conter pelo menos 25% de sólidos de cacau, o que inclui massa de cacau, cacau em pó e manteiga de cacau.

Se não atingir esse percentual, o rótulo deve obrigatoriamente indicar que se trata de um produto “sabor chocolate” — uma exigência baseada na Resolução RDC nº 264/2005, e reforçada por normas mais recentes como a RDC nº 429/2020 e a IN nº 75/2020 sobre rotulagem nutricional.

O que tem no “sabor chocolate”?

A diferença entre um chocolate autêntico e um produto “sabor chocolate” vai muito além do nome. Está na composição, no valor nutricional e até no processo de fabricação.

Produtos que apenas imitam o sabor do chocolate geralmente contêm:

  • Aromatizantes artificiais ou naturais

  • Gorduras vegetais baratas (como óleo de palma ou soja) em vez de manteiga de cacau

  • Corantes e realçadores de sabor

  • Muito açúcar

  • E pouquíssimo ou quase nenhum cacau de verdade

Ou seja, eles podem até ter gosto parecido, mas a qualidade nutricional é muito inferior.

Por que são mais baratos?

Simples: o cacau é caro, principalmente a manteiga de cacau. Ao substituí-lo por ingredientes mais baratos, como gorduras vegetais e aromas artificiais, a indústria reduz drasticamente os custos de produção.

Além disso, o processo de produção do chocolate real envolve etapas mais caras, como:

  • Conchagem, que dá textura e sabor refinado

  • Temperagem, que garante brilho e consistência

Essas fases são ignoradas nos produtos “sabor chocolate”, o que os torna mais rápidos e baratos de fabricar, mas também menos saudáveis.

Tem problema comer “sabor chocolate”?

Não necessariamente. Mas é importante saber o que você está consumindo.

Esses produtos tendem a ter muito mais açúcar, gordura de baixa qualidade e aditivos químicos, e quase nenhum dos benefícios do cacau verdadeiro, como os antioxidantes naturais.

A nutricionista Anete Mecenas alerta: “O problema não é consumir ocasionalmente, mas sim achar que está comendo chocolate de verdade quando, na prática, está ingerindo algo muito diferente.”

Como saber se é chocolate de verdade?

A dica é simples: leia o rótulo. A lista de ingredientes mostra tudo e em ordem decrescente. Ou seja, o primeiro item é o mais presente no produto.

“Se o primeiro ingrediente é açúcar, seguido por gordura vegetal, e o cacau aparece só lá no fim, já sabe: o chocolate está mais na ideia do que na realidade”, diz Anete.

"O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado."

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